domingo, 4 de janeiro de 2009

Bom dia Deus!

Hoje acordei com aquela sensação de que tinha algo para resolver, tipo aquelas coisas que só eu e você sabemos como é o trajeto e o quanto dói.
Ligeiro, coloquei minha armadura, sabendo que seria uma luta travada e em ti abri minha mente e meu coração!
Parece até que fazia tempo que não abria meu coração!

Vasculhei aquela minha caixinha preta que não mexia há meses, ela ainda estava com as marcas da ultima vez. Como de costume, encontrei coisas bem antigas armas velhas, flechas, desaforos, frustrações, iras, entre outras coisas que escondi para que não viessem afetar minha vida, revi também pessoas que acreditei e que me apunhalaram e que um dia terei que tirar de lá transferir para a caixinha do perdão, assim como o Sr me ensinou, mas esse é um outro assunto.

Durante a procura por algo que até então não estava bem definido pra mim, me deparei com uma situação estranha.

Ouvi um choro suave, bem de longe, abafado, comecei então num ato de desespero a arrancar as coisas de cima com toda a força, não conseguia entender o porque aquela criança carregava tanta coisa e pior ainda era tentar entender o porque ela estava no meu coração. A cada porção de culpa, medo, carência que eu tirava de cima dela o choro ficava mais alto.

No finalzinho quando tirei a falta de respeito, o egocentrismo e o esquecimento, pude então ver quem era, com um semblante meigo, mas muito machucado ela me deu um sorriso.

Era uma AMIZADE, estava de fato machucada, devido às coisas que outrora sufocara, foi ai que meu mundo desabou, o que até então era um enigma pra mim, clareou como se fosse o sol, percebi que eu tinha feito tudo aquilo, cada marca, cada momento bom que abri mão dela, cada ligação que não fiz, as risadas que deixei de dar.

Tirei toda aquela armadura, tomei-a pelos braços e prometi a mim mesmo que cuidaria dela como nunca.

Durante segundos, uma vida inteira passou em minha mente, me fazendo lembrar de cada flechada dada naquela que repousava em meus braços com um ar de que nada tinha acontecido. Aquilo foi pra mim meu maior castigo!

Deus! na pressa de ser um adulto acabei me esquecendo da necessidade de ter dentro de mim essa criança. A verdadeira amizade. Mas obrigado por não deixá-la morrer! E também por me ensinar que só eu poderia ter resgatado-a.

(Fábio Miranda)
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